Dizem os livros que as pessoas como eu são extremamente calculistas e pacientes. Eu não o sou. Não tinha ainda tido muito contacto com esta faceta minha, mas apercebi-me que paciente era algo que eu definitivamente não era. Foi aqui que as coisas começaram mesmo a correr mal.
Esperei que ela saísse e, provavelmente disfarçando muito mal, fingi que foi por acaso que acabámos a caminhar juntos. Não aguentei mais e disse-lhe que sabia. Perguntou-me o que é que eu sabia e foi notória a sua preparação para esta situação. O desconhecimento que demonstrou sobre o assunto pareceu tão genuíno que, se não estivesse tão certo das minhas convicções, teria desistido. Isso teria sido sensato, mas não foi o que fiz. Estupidamente, como quem mergulha de cabeça num local desconhecido, sem saber o que se esconde debaixo da superfície da água, disse-lhe. Disse-lhe que sabia o que significava o brilho que ela tinha nos olhos. Disse-lhe que sabia o que ela era e que não precisava de fingir comigo. Erro crasso. Erro que só percebi quando acordei hoje, depois de, sem sequer pensar, ter ontem aceite o convite para passar o serão na sua casa. Esta é a última coisa que consigo recordar deste dia.
8 comentários:
E...
E... Coiso :)
É bom quando não precisamos de fingir. :)
Deveras :)
Coiso è o c.....o :)
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Quero mais
Já vai
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