Dos ensaios em casa do Bigodes, naquele prédio inacabado que foi ocupado por famílias pobres como a dele; da minha velha guitarra rosa choque, sempre a desafinar, e que agora está para lá num canto, coitada, como um testemunho silencioso daqueles tempos tão barulhentos; da pinta das poses de palco, em que o guitarrista tinha que tocar com a guitarra o mais abaixo possível e o baixista o mais acima possível; das excursões matinais de Sábado, a pé até à escola de música onde o Celestino nos aturava com infindável paciência; até da péssima ideia de ensaiar na Sociedade Recreativa Cabo-Verdiana, com as janelas pejadas de pequenos africanos, já que os grandes estavam todos lá dentro a assistir e que, muito curiosamente, foi a única vez que um solo de improviso me saiu realmente bem, só que a confusão ao fim, em que até porrada houve, nos fez desistir, mas graças a isso fiquei sempre tido como um virtuoso naquela comunidade; do nosso primeiro e último concerto na garagem do Chouriço, em que o povo cantou tão alto que nem sequer se conseguia perceber quão mal tocávamos e que foi, portanto, um sucesso; da Minhoquinha; da Morte; do Salvador Dali... Ah, saudade...
8 comentários:
Isto é que é um verdadeiro concerto, com porrada no fim e tudo ;)...
É... Felizmente a banda foi poupada :)
houve sangue?
E cachupa???????????
Por acaso lembro-me de alguém a cuspir sangue, sim...
Cachupa? Sempre! :)
Só a mim é que n me convidam para estas coisinhas ...porrada e cachupa, o que mais se pode pedir lol ;).
De facto... Normalmente quando temos porrada, falta-nos cachupa. Quando temos cachupa, não há porrada...
É uma pena serem tão raras as oportunidades de desfrutar das duas coisas em simultâneo :)
Considera-te convidada para a próxima ;)
Eu para a porrada n sou grande coisa...mas a cachupa lol... ;)
Obrigada :).
Temos muito em comum ;)
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