01-02-2005
O Barbosa era daqueles gajos a quem se tirava logo a pinta. Gostava que as pessoas soubessem que ele não acreditava em qualquer tipo de relacionamento inter-classes mais íntimo do que o que se tem com um empregado de restaurante pouco falador. Estava convicto que havia níveis de importância entre os seres humanos e sempre que uma situação o obrigava a trocar algumas palavras com um “inferior”, fazia-o com uma desconcertante expressão de repulsa. Tive sentimentos contraditórios quando o encontrei ontem à noite a dormir debaixo de cartões na estação do Rossio. Ignorou-me quando tentei abordá-lo. Parece que, apesar de tudo, não mudou de opinião...
9 comentários:
Ora aí está um homem que conhece o seu lugar!
E, aparentemente, o dos outros :)
E, por um euro, também deve conhecer um lugar para estacionares.
Um homem de convicções fortes e fiel aos seus princípios, o Barbosa.
Agora é ele o "inferior", não tinhas nada que tentar aproximar-te dele!
Fiquei com pena.
Se bem conheço o Barbosa, só estaciona carros de brancos e continua a ser "superior". Estas manias não se perdem facilmente.
Não tenhais pena do Barbosa, está apenas a ter outra perspectiva das coisas :)
Pessoas como esse Barbosa não têm salvação.
Nem abrigo.
Abrigo até tem, só que é feito de cartão. Salvação é que já não garanto.
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