segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Aviso

Toda a gente está a olhar para o infinito, no entanto a pessoa continua a falar. Debita frases arrastadas que não fazem qualquer sentido para mim. Enquanto a sua voz caía para o plano de fundo da minha mente, tornando-se um mero murmurar imperceptível, perguntei-me quais seriam as suas motivações.
Voltei a mim. Instintivamente olhei nos seus olhos e estremeci. Era um aviso. Nítido! Os seus olhos avisavam-me de algo, mas de quê? Não tive a sensação que fosse necessariamente algo negativo, algum cataclismo, mas tive a certeza absoluta que algo grande iria acontecer. Estaria a pessoa consciente do aviso ou seria, pelo contrário, algo involuntário? As questões apareciam na minha mente como se o meu cérebro fosse um ilusionista a tirar cartas do éter. Quem era? Porquê? Quando? O que deveria eu fazer?
O que é que estás a tentar dizer-me? As palavras saíram-me dos lábios sem qualquer controlo da minha parte. A pessoa fez uma pausa, mas rapidamente continuou o seu devaneio com frases que nada me diziam. A sua voz voltou ao plano de fundo, mas desta vez mantive o meu olhar fixo no seu, como que perguntando silenciosamente aos seus olhos o que tinham de tão importante para me transmitir. Para mim o tempo tinha parado. O meu corpo imóvel não denunciava o turbilhão que fervilhava dentro de mim enquanto a minha mente procurava freneticamente uma resposta no fundo do seu olhar. Então percebi, tive a minha resposta, tão clara como a luz que projectava círculos no chão à minha volta como que vinda de um qualquer outro plano de existência. O que vi nos seus olhos não era mais que o reflexo dos meus.

5 comentários:

anjoazul disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rodovalho Zargalheiro disse...

You're too kind, AA :)

AP disse...

é um bobó bem bom bem bom, é um bem bom bobó bobó...

Rodovalho Zargalheiro disse...

??

anjoazul disse...
Este comentário foi removido pelo autor.