sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Let's take a ride..
Simplesmente delicioso :)
http://www.youtube.com/watch?v=bNg-GYFjhOA
http://www.youtube.com/watch?v=sD4xUj77ujA&feature=related
Sonic Youth
Youre burning out their lights, and burning in their eyes
I love you sugar kane, a-comin from the rain
Oh kiss me like a frog, and turn me into flame
I love you all the time, I need you 8 to 9
And I can stay all night, your body shining
And I know
Theres something down there sugar soul
Back to the cross a twisted lane
There something down there sugar kane
Im back again in love, Im back again a dove
Whered you get your light, your smilin sugar life
Another lovers day, another cracked up night
Every night I say, the light is coming
And I know
Theres something down there sugar cone
Back to the cross a twisted lane
Theres something down there sugar kane
Hey angel come and play, and fly me away
A stroll along the beach, until youre out of time
I love you sugar kane, a crack into the dream
I love you sugar kane, I love you sugar kane
I love you sugar kane, I love you sugar kane
I love you sugar kane, I love you sugar
Sugar Kane
http://www.youtube.com/watch?v=3AbtabVQlrY
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
Vaticínio
Não sei se é bom ou mau presságio, mas hoje deparei-me com a Maria das Neves a pentear-se. Alguma coisa estará certamente para acontecer...
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
A-normalidade
É realmente um privilégio andar de transportes públicos.
É possível que a aguardente de rosas oferecida (ainda por cima deixam a garrafa na mesa) tenha alguma influência, mas não há dia que vá almoçar com o meu grande amigo (aproveito para deixar para ele, aqui um grande bem hajas) em que a viagem de regresso ao meu local de trabalho não proporcione material para, nem que seja, um singelo post.
Desta vez foi bastante surreal, mais ainda que o normal. Enquanto espero pelo metropolitano, reparo que há uma rapariga que parece estar bastante nervosa, ou pelo menos desconfortável. Conseguia sentir-se a inquietação, as pernas não paravam quietas e a cabeça movimentava-se freneticamente de um lado para o outro.
Foi mais ou menos ao mesmo tempo que reparei que, não só a rapariga apresentava um sombreado na face que denunciava não ter feito a barba hoje, como também dirigia a maioria dos seus olhares para o cego que, entre nós, esperava pelo comboio para ganhar a nossa esmola. Segundo ele, o seu pão de cada dia.
O facto de me ter apercebido que olhava para o cego e não para mim, associado à barba por fazer, proporcionou-me uma estranha sensação de alívio...
Até aqui, tudo relativamente normal. Já não é nada de estranho ver uma mulher com a barba por fazer. Mas o que aconteceu a seguir deixou-me realmente perplexo e intrigado. À chegada do comboio e subsequente abertura de portas, todos nos preparamos para entrar e o raparigo (vou referir-me a ele desta forma, por questões de comodidade de escrita) começa a dar toques no pé do cego.
Inicialmente pensei que o estaria a tentar ajudar a orientar-se, mas ao segundo toque já o cego estava a desatinar. De facto consigo compreender os cegos, as pessoas têm uma tendência natural para os achar impotentes, quando na realidade eles, na maioria das vezes, não precisam minimamente da nossa ajuda. Além do mais estes são profissionais, e acho estúpido uma pessoa pensar que eles precisam da sua ajuda para fazer algo que fazem todos os dias e que, neste caso, é até o seu “ganha-pão”.
A verdade é que o cego, ao segundo toque no pé, começou a perguntar o que se passava. O raparigo desculpou-se, alegando ter sido sem querer mas, dá ainda um toque, obviamente deliberado, no pé do cego e afasta-se para a outra plataforma, levando a crer que não estava ali à espera do comboio mas sim unicamente para dar uns toques no pé do homem.
Ao contrário do que, tristemente, se apresenta como normal, não tenho o instinto de rotular as pessoas, mas sim de tentar inferir as suas motivações. No entanto, neste caso, confesso que não consegui pensar em nenhuma razão para alguém estar numa plataforma do metropolitano, à espera que chegue o comboio, não para entrar nele mas sim para dar uns toques no pé de um cego. Porém, mesmo não conseguindo compreender a motivação para as acções de todos, fico satisfeito por haver pessoas que desafiam a chamada normalidade.
Este pequeno episódio pode não significar rigorosamente nada para todas, ou pelo menos para a maioria das pessoas. Para mim, por muito estúpido que pareça, além de me fazer pensar, que é sempre bom, faz-me recuperar alguma fé na humanidade. Ainda há quem queira, não ser único ou original (acho que a originalidade forçada se nota a quilómetros de distância), mas ser si (esta frase parece esquisita, mas acho que é mesmo isto que quero dizer).
É por isto que, ao contrário da opinião de muita gente, acho que todas as pessoas que desafiam o comportamento estabelecido como o “normal” enriquecem muito mais o mundo que aqueles cujo objectivo é unicamente integrarem-se no rebanho. Se não estivermos fechados dentro de nós e nos dispusermos a observar e tentar identificar-nos com os nossos conTerrâneos, uma pequena viagem de Metro pode ser uma experiência extremamente enriquecedora .
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
São de Glasgow...
Para ouvir em loop com o som no máximo.
http://br.youtube.com/watch?v=tvGxzg7-GQo
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
777
Ainda me lembro de quando o meu pai, numa ocasião em que queria pôr gasolina, desistiu ao chegar à bomba porque estavam a encher o reservatório. Disse que quando estavam a encher os reservatórios das bombas, a gasolina estava num turbilhão, o que fazia levantar todas as impurezas que normalmente estavam assentes no fundo. E não queríamos aquelas impurezas dentro do nosso carro.
Foi um choque, fiquei completamente estarrecido! Então as bombas não estavam montadas sobre nascentes de gasolina? A gasolina não era extraída de um depósito subterrâneo natural? Vinha um gajo com um camião cisterna encher aquilo? Nunca me vou esquecer do dia em que as minhas fantasias infantis foram destroçadas e fui obrigado a entrar no cruel mundo dos adultos, onde não há fontes de gasolina debaixo das bombas nem gnomos a roubar as nossas cuecas.
Pelo menos há o duende do umbigo, senão isto era mesmo de dar em doido!
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Pergunto-me... #3
É impressionante a demonstração de presença das nossas forças de segurança nestes últimos dias. Pergunto-me onde estará toda esta gente quando o People que é preciso proteger não é Very Important...
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Personagens #3
Saltou logo à mente o Vitinha, que também, no seu estado normal de consciência alterada, à minha frente deglutiu parte de um copo de imperial. Acho que estava chateado com qualquer coisa e, creio que sentiu necessidade de demonstrar quão desequilibrado realmente era. A verdade é que o Vitinha não era um profissional nesta arte, tinha sido uma ideia do momento e ainda guardo a imagem dele, a sangrar abundantemente das gengivas enquanto, com um ar alienado, mastigava o pedaço que faltava ao copo que tinha na mão.
Na sequência do Vitinha veio a recordação do Pedro Metálico. Grande maluco, o Pedro. Um dia projectou uma pedra da calçada através da montra do café, na vã tentativa de acertar no Morto. Só que o alvo estava na terceira mesa e só por sorte não partiu a cabeça à coitada da rapariga que estava na primeira. Tudo porque o Morto tinha manifestado a sua opinião sobre heavy metal. Ele nem era uma pessoa violenta, a culpa era das substâncias… E o Pedro metia tudo o que lhe aparecesse à frente.
A última vez que o vi, notoriamente sob o efeito de um qualquer estimulante, foi a correr de cabeça contra um contentor do lixo.
Deixo-lhes aqui a minha homenagem e o meu agradecimento por terem ajudado a tornar a minha adolescência tão mais interessante.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
Eu...
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Receita para fazer um Herói
Feito de nada, como nós,
E em tamanho natural.
Embeba-se-lhe a carne, Lentamente,
Duma certeza aguda, irracional,
Intensa como o ódio ou como a fome.
Depois, perto do fim,
Agite-se um pendão,
E toque-se um clarim.
Serve-se morto.
Reinaldo Ferreira