sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Dia 2

Casualmente, meti conversa. Ela, embora se percebesse a postura defensiva, alinhou. Falámos das trivialidades normais mas eu, sempre que tinha a oportunidade, metia uma indirecta. Nas primeiras houve um quase imperceptível espanto. Era óbvio que, assim como eu, ela nunca se tinha cruzado com ninguém como nós, no entanto, acho que qualquer pessoa que não estivesse a mesmo a tentar analisá-la não perceberia a sua reacção. Arrisco até a dizer que ninguém que não partilhasse o que eu estava cada vez mais certo que partilhávamos perceberia as suas reacções às minhas tiradas chave. Aquelas frases teste que meti no meio da conversa, que me deixaram ainda mais certo que não se tratava apenas da minha imaginação, deram-me confiança. Provavelmente demasiada confiança.
Com um esforço quase sobre-humano, consegui conter-me e não deixar que a conversa saísse do que poderia alegar ser de circunstância. Não por ter dúvidas em relação a ela, não por achar que ela não tinha percebido o que tínhamos em comum, mas apenas porque sabia que tinha que ter muita calma para não a deixar apreensiva. Não queria deitar tudo a perder.

4 comentários:

Nawita disse...

Ai a galinha está a fazer-se difícil, hã?

Rodovalho Zargalheiro disse...

Raio das galinhas... :)

anatcat disse...

Isto começa a parecer-me a última temporada do dexter... quando ele encontra a lumen... eu depois explico.

Rodo, tu és um psicopata serial killer, mas em bom?

Responde com sinceridade, estamos cá para te apoiar no que fôr preciso.

:)

Rodovalho Zargalheiro disse...

Bom, só se for a psicopatar :)