Não se encontra a liberdade no cano de uma arma.
Nunca haverá paz pelo impacto seco de um percutor atingir uma cápsula de sofrimento, impelindo um projéctil através de músculo, osso e vísceras.
Não haverá harmonia pela violência, e a felicidade, essa nunca se obterá pela vileza.
quinta-feira, 27 de abril de 2006
quarta-feira, 26 de abril de 2006
Sentimentos
- Eu sou da opinião que não devemos esconder os nossos sentimentos. Acho que não há razão nenhuma para termos vergonha deles e se os escondermos não estamos a ser genuínos.
- Não acho que apenas por não nos expormos não estejamos a ser genuínos. Apenas nos estamos a defender, a proteger. Não quer dizer que aquilo que mostras aos outros não sejas realmente tu. Pode não ser tudo o que és, mas não quer dizer que o que mostras não faça genuinamente parte de ti.
- Sim, compreendo que é um mecanismo de protecção, mas acho que só temos a ganhar se conseguirmos ultrapassar a insegurança que nos faz ser assim. Acho que não tens assim tanto a perder se te abrires sem reservas com toda a gente.
- É engraçado como me fazes lembrar de mim quando tinha a tua idade. Eu também pensava assim. Embora sempre tenha tido uma grande dificuldade em demonstrar os meus sentimentos, sempre achei que os devia demonstrar, e sempre me esforcei por fazê-lo.
- E porque é que mudaste de opinião?
- Mudei de opinião quando finalmente, não sem um bom esforço, consegui abrir-me como um livro.
- O que é que aconteceu?
- Nem sempre as outras pessoas estão preparadas para saber o que nos vai na alma. E isso pode alterar irrecuperavelmente uma relação. Pode estragar o que poderia ser uma boa amizade.
- Queres elaborar?
- Não, nem por isso, mas digo-te que não é sempre melhor demonstrarmos os nossos sentimentos. Nem sempre se ganha em tirar a máscara. E não estou a falar do facto de, ao tirarmos a máscara, nos estamos a expor e a colocar-nos numa situação de vulnerabilidade. Podes dar um passo sem regresso na relação que tens com a pessoa a quem te expões e, embora isto do melhor e pior seja sempre discutível, ficares numa situação pior.
- Compreendo o teu ponto de vista, mas se a outra pessoa não souber lidar com o que sentes o problema é inteiramente dela. Se fores sincero não estás certamente a errar. Acho até que é a única atitude que te permite ter a certeza de estares a agir correctamente.
- Eu também compreendo o teu ponto de vista e provavelmente, dependendo da situação, estão ambos correctos. Há que ter consciência que não há verdades universais e absolutas, a vida não é a preto e branco, os tons de cinzento são infinitos. Só a experiência de vida te permite distinguir as situações em que será provavelmente melhor retraires as tuas emoções. No entanto acho que, apesar de tudo, tens razão no facto de ser a única maneira de garantires que agiste correctamente, há é que ter consciência que agir correctamente pode ter um preço. No fundo espero que, ao contrário de mim, consigas amadurecer mantendo essa opinião.
- Vou tentar.
- Boa sorte!
- Não acho que apenas por não nos expormos não estejamos a ser genuínos. Apenas nos estamos a defender, a proteger. Não quer dizer que aquilo que mostras aos outros não sejas realmente tu. Pode não ser tudo o que és, mas não quer dizer que o que mostras não faça genuinamente parte de ti.
- Sim, compreendo que é um mecanismo de protecção, mas acho que só temos a ganhar se conseguirmos ultrapassar a insegurança que nos faz ser assim. Acho que não tens assim tanto a perder se te abrires sem reservas com toda a gente.
- É engraçado como me fazes lembrar de mim quando tinha a tua idade. Eu também pensava assim. Embora sempre tenha tido uma grande dificuldade em demonstrar os meus sentimentos, sempre achei que os devia demonstrar, e sempre me esforcei por fazê-lo.
- E porque é que mudaste de opinião?
- Mudei de opinião quando finalmente, não sem um bom esforço, consegui abrir-me como um livro.
- O que é que aconteceu?
- Nem sempre as outras pessoas estão preparadas para saber o que nos vai na alma. E isso pode alterar irrecuperavelmente uma relação. Pode estragar o que poderia ser uma boa amizade.
- Queres elaborar?
- Não, nem por isso, mas digo-te que não é sempre melhor demonstrarmos os nossos sentimentos. Nem sempre se ganha em tirar a máscara. E não estou a falar do facto de, ao tirarmos a máscara, nos estamos a expor e a colocar-nos numa situação de vulnerabilidade. Podes dar um passo sem regresso na relação que tens com a pessoa a quem te expões e, embora isto do melhor e pior seja sempre discutível, ficares numa situação pior.
- Compreendo o teu ponto de vista, mas se a outra pessoa não souber lidar com o que sentes o problema é inteiramente dela. Se fores sincero não estás certamente a errar. Acho até que é a única atitude que te permite ter a certeza de estares a agir correctamente.
- Eu também compreendo o teu ponto de vista e provavelmente, dependendo da situação, estão ambos correctos. Há que ter consciência que não há verdades universais e absolutas, a vida não é a preto e branco, os tons de cinzento são infinitos. Só a experiência de vida te permite distinguir as situações em que será provavelmente melhor retraires as tuas emoções. No entanto acho que, apesar de tudo, tens razão no facto de ser a única maneira de garantires que agiste correctamente, há é que ter consciência que agir correctamente pode ter um preço. No fundo espero que, ao contrário de mim, consigas amadurecer mantendo essa opinião.
- Vou tentar.
- Boa sorte!
quinta-feira, 13 de abril de 2006
Azar
Vinha calmamente a conduzir quando, para meu terror se atravessa um gato preto à frente do carro. Estava ali à minha espera, fez questão de passar à frente do meu carro! Era azar tão certo que fiquei logo desorientado. Já com uma grande carga de stress em cima, sempre a olhar para um lado e para outro na tentativa de antever qualquer situação potencialmente perigosa não reparei que o carro da frente tinha parado. Quando me apercebi era tarde para travar, tive que me desviar para a outra faixa, exactamente no momento em que vinha um camião em sentido contrário que me obrigou a desviar para cima do passeio. Tudo teria ficado bem se não viesse um grupo de transeuntes que me obrigou a meter o carro por uma ribanceira. Descontrolado lá consegui, para gáudio do pastor, não acertar em nenhuma das ovelhas que lá andavam a pastar e fui bater numa árvore que me estalou a pintura toda do pára-choques!
E ainda há quem diga que os gatos pretos não dão azar!!!
E ainda há quem diga que os gatos pretos não dão azar!!!
quarta-feira, 12 de abril de 2006
O Poema
O poema não é composto, não é inventado,
Não é criado, nem sequer é escrito,
Muito menos articulado
O poema nasce, em si renasce
Germina da ponta da pena,
Brota da imaginação,
Da fantasia, ou não
Origina-se num rasgo
Incuba no ventre da alma
Constitui-se na inspiração
Firma-se na paixão
O poema não é feito
O poema apenas surge
Surge de um ardor no peito
Não é criado, nem sequer é escrito,
Muito menos articulado
O poema nasce, em si renasce
Germina da ponta da pena,
Brota da imaginação,
Da fantasia, ou não
Origina-se num rasgo
Incuba no ventre da alma
Constitui-se na inspiração
Firma-se na paixão
O poema não é feito
O poema apenas surge
Surge de um ardor no peito
sexta-feira, 7 de abril de 2006
Escrever
Antes de mais obrigado pelo convite para o blog, espero que a minha contribuição seja positiva. Pelo que já li, não acho que as minhas divagações destoem, e sempre é mais uma motivação para escrever. Escrever, escrever. Escrever o quê? Sobre quê? Para quê? Sobre tudo? Sobre nada? Escrever para não enlouquecer ou escrever para enlouquecer? Não sei. Logo se vê. É preciso é escrever. O importante é escrever!
quinta-feira, 6 de abril de 2006
A dor
A dor, a dor, sempre esta pequena frase no fundo do pensamento. Repetida incessantemente, como uma voz ao longe, mas sempre presente. A dor, a dor, sempre por trás, como o pano de fundo do palco da mente. Sempre por trás de qualquer pensamento que ali se represente. A dor, a dor. Mas qual dor? Dor de quê? E porquê? Não tinha respostas. Só sabia que num qualquer canto recôndito do meu cérebro, fora do controlo do consciente, a voz continuava, sempre incansável, sempre dolente: a dor, a dor.
E então vi-a. Senti-a.
E então vi-a. Senti-a.
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