terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Bananas VI

01-02-2005

O Barbosa era daqueles gajos a quem se tirava logo a pinta. Gostava que as pessoas soubessem que ele não acreditava em qualquer tipo de relacionamento inter-classes mais íntimo do que o que se tem com um empregado de restaurante pouco falador. Estava convicto que havia níveis de importância entre os seres humanos e sempre que uma situação o obrigava a trocar algumas palavras com um “inferior”, fazia-o com uma desconcertante expressão de repulsa. Tive sentimentos contraditórios quando o encontrei ontem à noite a dormir debaixo de cartões na estação do Rossio. Ignorou-me quando tentei abordá-lo. Parece que, apesar de tudo, não mudou de opinião...

9 comentários:

Nawita disse...

Ora aí está um homem que conhece o seu lugar!

Rodovalho Zargalheiro disse...

E, aparentemente, o dos outros :)

AD disse...

E, por um euro, também deve conhecer um lugar para estacionares.

Isa disse...

Um homem de convicções fortes e fiel aos seus princípios, o Barbosa.

Agora é ele o "inferior", não tinhas nada que tentar aproximar-te dele!

anatcat disse...

Fiquei com pena.

Rodovalho Zargalheiro disse...

Se bem conheço o Barbosa, só estaciona carros de brancos e continua a ser "superior". Estas manias não se perdem facilmente.

Rodovalho Zargalheiro disse...

Não tenhais pena do Barbosa, está apenas a ter outra perspectiva das coisas :)

grassa disse...

Pessoas como esse Barbosa não têm salvação.

Nem abrigo.

Rodovalho Zargalheiro disse...

Abrigo até tem, só que é feito de cartão. Salvação é que já não garanto.