terça-feira, 4 de outubro de 2005

Ser céptico

Eu, quando era mais jovem, pensava que era um céptico. Vejo agora que assim não era, eu tinha era uma mente muito limitada e assumia uma postura de, se não for cientificamente provado é porque não existe. Mas terá, por exemplo, o décimo planeta do nosso sistema solar começado a existir apenas quando o descobrimos? Não, eu não era céptico, agora é que sou, porque ser céptico não é negar mas sim questionar, é não aceitar dogmas como verdades absolutas e procurar fundamentar aquilo em que acreditamos, mas, não conseguir provar a existência de alguma coisa não prova a sua não existência. Acreditar piamente que algo não existe só porque não se consegue explicar é mais uma atitude dogmática que céptica. Qual é a diferença entre acreditar piamente numa coisa sem ter fundamentos e não acreditar numa coisa por não ter fundamentos? Negar à partida algo que não se compreende é uma atitude tão dogmática como aceitar incondicionalmente algo que não compreendemos. Agora sim, sou um céptico, não aceito verdades incondicionais, mas também não descarto possibilidades. Não digo “Deus existe!”, não digo “Deus não existe!”, digo apenas “Existirá deus?”.

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